Se há algo que me intriga é o tempo. Um conceito abstracto e de certa forma ainda inexplicável. O tempo não pára. Não é visível mas é uma presença constante. Não se controla mas somos controlados. Os ponteiros rodam e rodam, dão voltas e mais voltas e nunca, nunca páram.
E se fosse possível voltar atrás no tempo? Ou viajar para o futuro? Será que o faríamos? Afinal podíamos emendar os nossos erros ou até reviver aqueles momentos tão maravilhosos que teimam em vir regularmente à nossa memória. No entanto, se isso fosse possível mudaríamos completamente a nossa existência, quem nos tornamos, as experiências que ganhamos. A nossa personalidade, o nosso EU.
Deixando de lado o abstracto, porque será que a velocidade a que o tempo se “desloca” é inversamente proporcional à nossa idade? Ora vejamos, nos tempos de criança, juventude e até puberdade temos tempo para tudo. Um dia é enorme. Mas à medida que nos tornamos adultos os dias tornam-se pequeníssimos, não temos tempo para nada. A vida é uma correria. Um mês corre, uma semana voa, um dia tem velocidade supersónica. Mas... o mais estranho é que quando nos tornamos “velhos”, a proporcionalidade inverte-se novamente. Será por esta razão que se diz que os “velhos” voltam aos tempos de criança?
E, voltando atrás no tempo, às recordações de um tempo, em que o tempo, tinha bastante tempo... A música do meu “tempo”.
Dunas - GNR
Dunas são como divãs
Biombos indiscretos d'alcatrão sujos
Rasgados por cactos e hortelãs
Deitados nas dunas alheios a tudo
Olhos penetrantes pensamentos lavados
Bebemos dos lábios refrescos gelados
Selamos segredos saltamos rochedos
Em câmara lenta como na TV
Palavras a mais na idade dos porquê
Dunas como que são divãs
Quem nos visse deitados cabelos molhados
Bastante enrolados sacos-cama salgados
Nas dunas roendo maçãs
A ver garrafas de óleo boiando vazias
Nas ondas da manhã
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