Há daqueles dias em que nos levantamos de manhã e não estamos mesmo com disposição para nada. Pensamos o que será que me vai acontecer? Não deve ser nada de bom e levamos na expectativa de algo estranho acontecer, a qualquer momento.
Mas... por incrível que seja, um desses dias pode tornar-se um dia bonito e cheio de alegria e esperança, cheio de recompensas, dando-nos um sentimento de sermos úteis e importantes, de fazermos realmente a diferença na vida de alguém.
Quando isso acontece, os olhos brilham, sei que eles brilham, às vezes até sinto o brilho intenso. Sei que eles sorriem para todos aqueles que me rodeiam, sei que demonstram aquilo que de mais bonito e precioso possuo. O meu "amor", o querer dar de mim, o sentir que tudo aquilo pelo qual me esforcei, tudo aquilo pelo qual lutei, tudo aquilo que atingi, teve uma razão de ser, teve um propósito e não foi em vão. É realmente reconhecido, é apreciado.
Esses dias acrescentam mais dias à minha vida, transformam a minha face, colocam um brilho radioso nos meus olhos, colocam um sorriso nos meus lábios, até a minha voz passa a ter uma entoação diferente.
Acabo por perceber que sim, que tenho "algo" que me diferencia, algo de mágico, algo que "atraí" os outros. Mas não é a beleza exterior, não... é a beleza interior, é a personalidade, são as palavras, são os gestos, é o olhar, é a força interior e a coragem. É essencialmente o amor pela vida, e o amor pelos outros, acima de tudo, é o querer sentir-me feliz e querer ter uma pequena participação na felicidade dos outros. Não, agora mais do que nunca sei que não devo mudar, sei que não devo perder estas qualidades, ainda que alguns me digam que devo pensar mais em mim. Prefiro ser assim. Prefiro sentir o brilho dos meus olhos, prefiro sentir a minha face radiante. Prefiro estar alegre e feliz.
Afinal, embora a nossa felicidade nunca seja absoluta, existe sempre algo que desejaríamos e não conseguimos, ainda assim podemos ser felizes. A minha felicidade não é absoluta, mas estes dias, estes instantes, estes momentos, esta alegria, sabe tão mas tão bem. Fazem por momentos esquecer a felicidade absoluta.
Um sorriso de alguém, uma palavra carinhosa, a empatia, o agradecimento, o reconhecimento, um olhar profundo, um gesto banal... tudo... o conjunto... just happy !
É inacreditável o poder da música. Porque, se pensarmos bem, para que precisamos nós de música? Não é essencial como a comida ou a água. A música é como as cores, o sabor... sem ser essencial à vida, acrescenta prazer, estimula emoções e sentimentos. Faz com que lembranças se tornem por vezes tão fortes que quase as sentimos como sendo reais.
Na minha vida a música sempre teve um valor imenso. Não que perceba de música ou que saiba tocar um instrumento. Até nem sei o nome da maior parte dos cantores ou grupos, ou o nome das músicas. Para mim, não é essa a importância da música. Talvez possam dizer, se não sabes é porque não deve ser importante para ti. Mas é... não seria capaz de viver sem música. Se o silêncio é de ouro, a música acrescenta-lhe brilho. O silêncio para mim é dificíl... não me consigo concentrar no silêncio. Mas concentro-me com música.... sim, bastante estranho... mas a realidade.
O que mais me surpreende é como a música me transporta para diferentes fases da minha vida. Ao ouvir uma música, fecho os meus olhos e viajo, viajo no tempo... até consigo, por vezes, reviver momentos que foram tão belos, ou momentos que ainda tristes significaram que cresci e que aprendi sobre mim.
A música é mágica. Tem sempre força para me alegrar, para me colocar um sorriso nos lábios, pedindo regularmente ao meu corpo para se movimentar, sentir o ritmo, sentir o calor... sentir as lembranças...
Vou, agora e para sempre, deixar a música tocar... deixar a música fazer-me feliz... deixar a música relembrar-me... deixar a música criar-me novas lembranças... deixar a música fazer-me sorrir para sempre!
O Outono chegou... a chuva apareceu... os dias mais frios... mais cinzentos...
Mas nem tudo é triste. Só preciso de olhar para as coisas bonitas e que devem ser apreciadas no Outono. Nas coisas que me podem deliciar o olhar. Que me podem alimentar a alma, dar-me força interior.
As cores intensas e douradas que substituem as folhas verdejantes. Árvores que abanam e de mansinho mostram a sua capacidade de mudança. Embora fortes são no entanto frágeis, são capazes de resistir a mudanças tão grandes e, por vezes, tão drásticas. Aos poucos, oiço as folhas crepitar debaixo dos meus pés... e relembro que tudo tem um propósito... que afinal o Outono também é necessário, por muitos até intensamente desejado.
De repente, ao caminhar por uma rua mais estreita, sinto uma brisa, que me esfria a face. Sinto o sangue subir até à minha face, de repente parece que estou a corar. Esboço um sorriso... daqui a pouco estou aconchegada, aninhada no meu espaço quente... no meu porto seguro.
Afinal... isto é só um momento... a tristeza é como a mudança de estações... é preciso retirar algo bonito, aprender a olhar a vida pelos olhos da alegria. Acreditar que o dia de amanhã, ainda que seja Outono tem uma cor dourada e intensa que acalma e alimenta todo o nosso ser.
Hoje estou um pouquinho "em baixo", triste, sei lá...
Nem sequer me apetece escrever como estou habituada a escrever, com prazer, por prazer.
O tempo está sombrio, o sol que tem brilhado nos últimos dias intensamente, resolveu desaparecer... e eu que preciso desesperadamente do sol. Com este dia cinzento, sinto-me um pouco cinzenta também...
Além disso, às vezes, tenho a sensação que afinal não é tão bom assim sentir que somos necessários. Porque quando não conseguimos ajudar é horrível... pff... isto hoje não está nada bem.
Acho que vou ver um filme ou ler um livro. Pode ser que mais logo volte e que escreva algo mais positivo, que valha a pena ser lido
By the way... bom fim de semana!
Uma frase que marcará sempre a minha vida. Reflicto sempre nesta belíssima frase quando me encontro em dificuldades ou não sei bem o que fazer. A vida nem sempre é fácil mas muitas vezes torna-se mais fácil se fizermos algo com ela. Por isso esta frase é um pouco o lema da minha vida.
"Tomorrow is always fresh, with no mistakes on it."
Porque hoje me apeteceu mostrar a minha audácia... porque hoje resolvi dedicar algo poderoso a alguém que amo muito... simplesmente... porque hoje me apeteceu...
Sedução...
Naquela noite preparei tudo... preparei-me a mim... o ambiente... preparei o nosso quarto... a nossa cama... a música... pensei em todos os detalhes... estava decidida a seduzir-te... mais uma vez... a reafirmar o nosso amor...
Deixei a água escorrer pelo meu corpo... queimando de antemão a minha pele... aguçando de antemão os meus sentidos... de mansinho coloquei créme... pensando no teu toque... ansiando por ele... e por fim... um pouco de perfume... impregnando o ar... criando a sensualidade que desejava...
Entraste e chamei por ti... subiste as escadas... estavas intrigado... ouvi-te subir os dois últimos degraus... perguntaste onde estava... respondi num sussurro: "Aqui... à tua espera..."
Abriste a porta... olhaste-me nos olhos... vi o teu espanto... vi a chama a acender-se... o teu olhar perseguiu-me... não querias acreditar... li nos teus olhos...
Aproximei-me... ergui a minha mão... levei-a vagarosamente ao teu rosto... desenhei com a ponta do meu dedo o contorno dos teus lábios... passei para os teus olhos... de repente fechaste-os... pedi-te que me olhasses... os teus olhos... reflectiam o que o teu coração ansiava... sabias que estava a entender-te... querias mover-te... não permiti...
Com um movimento lento despi-te a camisa... passei a minha mão pelo teu peito... senti a tua força, a tua segurança... dei a volta... aproximei os meus lábios dos teus ombros... beijei-os superficialmente... a tua pele... macia... arrepiada... voltei a dar a volta... ergueste os teus braços... senti o teu toque... senti o teu amor... fomos conduzidos pela paixão... fomos arrebatados pelo amor... mais uma vez... para sempre... momento eterno... gravado na minha memória... gravado no meu coração...
Se há algo que me intriga é o tempo. Um conceito abstracto e de certa forma ainda inexplicável. O tempo não pára. Não é visível mas é uma presença constante. Não se controla mas somos controlados. Os ponteiros rodam e rodam, dão voltas e mais voltas e nunca, nunca páram.
E se fosse possível voltar atrás no tempo? Ou viajar para o futuro? Será que o faríamos? Afinal podíamos emendar os nossos erros ou até reviver aqueles momentos tão maravilhosos que teimam em vir regularmente à nossa memória. No entanto, se isso fosse possível mudaríamos completamente a nossa existência, quem nos tornamos, as experiências que ganhamos. A nossa personalidade, o nosso EU.
Deixando de lado o abstracto, porque será que a velocidade a que o tempo se “desloca” é inversamente proporcional à nossa idade? Ora vejamos, nos tempos de criança, juventude e até puberdade temos tempo para tudo. Um dia é enorme. Mas à medida que nos tornamos adultos os dias tornam-se pequeníssimos, não temos tempo para nada. A vida é uma correria. Um mês corre, uma semana voa, um dia tem velocidade supersónica. Mas... o mais estranho é que quando nos tornamos “velhos”, a proporcionalidade inverte-se novamente. Será por esta razão que se diz que os “velhos” voltam aos tempos de criança?
E, voltando atrás no tempo, às recordações de um tempo, em que o tempo, tinha bastante tempo... A música do meu “tempo”.
Dunas - GNR
Dunas são como divãs
Biombos indiscretos d'alcatrão sujos
Rasgados por cactos e hortelãs
Deitados nas dunas alheios a tudo
Olhos penetrantes pensamentos lavados
Bebemos dos lábios refrescos gelados
Selamos segredos saltamos rochedos
Em câmara lenta como na TV
Palavras a mais na idade dos porquê
Dunas como que são divãs
Quem nos visse deitados cabelos molhados
Bastante enrolados sacos-cama salgados
Nas dunas roendo maçãs
A ver garrafas de óleo boiando vazias
Nas ondas da manhã
Orgulho é um termo com várias conotações. Pode definir um sentimento nobre, de profundo apego por uma causa ou pessoa ou, expressar uma sociopatia, um comportamento distorcido, antipático e doentio.
Ter orgulho em nós próprios, aquilo que conseguimos alcançar, orgulho no nosso esforço para atingir os nossos objectivos. Ou ter orgulho nos filhos, em amigos ou em alguém que nos é próximo. Talvez tenhamos, directa ou indirectamente, contribuído para a existência desse orgulho. Este “tipo” de orgulho é uma qualidade positiva. Se bem cultivada e “manejada” com perícia e com equilibrio só torna a personalidade de cada um mais atractiva.
Por outro lado, ser orgulhoso, a ponto de não admitir erros, de não ser capaz de pedir desculpa, ou não olhar aos meios para atingir os fins torna esta qualidade extremamente negativa. Ainda se pode considerar aqueles que se julgam superiores aos outros. Devido a um diferente nível social, académico ou até mesmo profissional. Alguém com este tipo de orgulho tem certamente dificuldade nas relações interpessoais e na sua realização pessoal. Poderá levar um certo tempo até que o reconheça mas, mais cedo ou mais tarde, essa certeza leva a que seja tomado um diferente rumo na vida se é que se deseja ter uma vida rica, repleta de amor, verdadeiras amizades e conhecimentos.
Pessoalmente, penso que, primariamente, me orgulho de não ser orgulhosa. Tenho sim orgulho em mim, orgulho em quem me tornei, orgulho naquilo que consegui atingir. Orgulho-me de não me considerar superior aos outros, reconheço as minhas qualidades, são diferentes. Mas cada um possui qualidades que o outro talvez desejasse ter e não tem.
Se fizer uma retrospectiva apercebo-me de que tenho mesmo motivos para me sentir orgulhosa. Costumam dizer-me isso com regularidade quando conto a “minha história”. Tenho muita dificuldade em lidar com esse tipo de “elogios”. Mas, ao fazer uma análise objectiva, acabo por reconhecer que esses comentários são verdadeiramente fundamentados. E que, não tenho motivos para me envergonhar ou não me sentir à vontade. Afinal, consegui alcançar aquilo que sempre sonhei com o meu próprio esforço, com a minha inteligência, com a ajuda preciosa da minha família e amigos, e, principalmente com o apoio incondicional do amor da minha vida. Acho que são razões mais do que suficientes para me sentir orgulhosa, para me sentir feliz e alegre. Para dizer que sim, que tenho orgulho em mim e naqueles que me rodeiam!
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